História da Fundação de Bueno Brandão
A história do município que hoje leva o nome de Bueno Brandão, bem como das outras cidades sul mineiras, esteve relacionada ao desbravamento do interior do Brasil pelos bandeirantes portugueses em busca do “sertão”, logo após a proclamação da Independência, bem como a influência da Igreja católica. Sua ocupação já soma quase 200 anos.
Os bandeirantes não ficaram contentes com o recém fundado império brasileiro e partiram rumo ao interior do Brasil. Eram eles: Capitão Antônio Amaral, Capitão Antonio Nunes Brigagão e Coronel Agostinho.
Já residiam aqui alguns moradores que formavam um pequeno povoado, ao qual era cortado por um rio, que deram o nome de Rio ou Ribeirão das Antas, por haver em suas margens muitas antas. Até hoje alguns estabelecimentos comerciais utilizam esse nome.
Como os bandeirantes já encontraram um povoado formado, se estabeleceram na região e ergueram uma capela, que deram o nome de Capela do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria. Essa capela deu origem ao primeiro nome do povoado: Bom Jesus da Pedra Fria, em referência a uma imagem trazida pelo português Patrício José Joaquim de Miranda em 1800, que admirou a beleza do lugar. A principal avenida da cidade, onde se localiza a Igreja Matriz, recebeu o nome de Avenida Bom Jesus.
No decorrer do tempo, mais pessoas foram se instalando no lugar e foi necessário a figura de um padre na comunidade. Assim, em 1931, a pedido da população local, veio para Bom Jesus da Pedra Fria o capelão João da Silva Brito.
Em 1850, o frei italiano Eugênio Maria de Gênova, ao se instalar na região para pregar as Santas Missões para a população local, deparou com um local cercado por montanhas e vales, de casebres simples e um clima ameno, sugerindo o nome de Bom Jesus do Campo Místico, nome que recebeu a rua principal da cidade: Barão de Campo Místico.
Em 01 de julho do mesmo ano, o povoado passou a categoria de distrito de Pouso Alegre, pela Lei Provincial n. 471, na qual recebeu o nome de Campo Místico. Logo após, ficou subordinado ao município de Jaguari (atual Camanducaia), pela Lei Provincial n. 1190 de 23/07/1864, passando a pertencer a Ouro Fino pela Lei Provincial n. 2658, de 04/11/1880.
O município se desenvolveu baseado, sobretudo, no cultivo do café e da batata inglesa, fatores decisivos para a emancipação administrativa. Em 17 de dezembro de 1938, através do Decreto de Lei n. 148, foi criado o município e elevado a vila, chegando à categoria de cidade. Após muitas idas de parte da população local a Ouro Fino e a Belo Horizonte, principalmente fazendeiros e cafeicultores, o distrito consegue se emancipar de Ouro Fino, e passa a se chamar Bueno Brandão, em homenagem ao ex-governador do Estado de Minas Gerais, Sr. Júlio Bueno Brandão, político ourofinense. No ano de 2013 foi colocado no centro da Praça Virgílio de Melo Franco, praça central da cidade, uma escultura em sua homenagem.
A história da cidade também é famosa por suas mudanças de nome ao longo de sua fundação, totalizando 5 nomes. Até hoje alguns moradores se referem pelo nome “Antas” ou pelo neologismo “Zantas”, ou ainda pelo nome Campo Místico. Há alguns anos, o então prefeito do município realizou um plebiscito, tentando retornar o nome da cidade para Campo Místico, mas a população optou por Bueno Brandão.
Texto: João Marcos Alexandre.